quinta-feira, dezembro 20, 2007

Povo Cigano ...

O cigano não gosta de ser chamado de cigano pelo sentido pejorativo que os gadjos lhe conferem.

Rom - homem, pai de família.
Romi - mulher, mãe de família.

Entre o século X e XIII, os ciganos se subdividiram em dois grupos:
Um foi para a Ásia e o outro para a Europa.
A Grécia foi um país muito importante, visto que lá eles adquiriram costumes, hábitos e vocábulos da cultura grega, começaram a ser nômades porque viam muitos viajantes passando e ficavam fascinados com a sabedoria que adquiriram.

O período de muito sofrimento foi em 1370, o povo Rom foi a Moldávia e Valáquia (Romênia), onde foram escravizados, só em 1855, 200.000 ciganos foram libertados, uns se tornaram sedentários, outros foram para outros países e muitos para várias cidades da Romênia.
Sempre foram um povo muito alegre.
Dançavam, cantavam, liam a sorte etc.
Na verdade o cigano para ser nômade tinha que usar a arma da sedução e esperteza para poderem sobreviver.

Na Checoslováquia eram condenados, só por serem ciganos; a sua orelha era cortada antes de qualquer acusação.
Os ciganos no Brasil: Os ciganos entraram em Portugal pela Espanha em 1516 mais precisamente em Alantejo, porque era um lugar descampado e tinha matagais.
Em Portugal eram impedidos de ler mãos, eram impedidos de exercer a sua ciganidade, falar o Romani, usar roupas ciganas.
Era caso até de morte ou prisão se assim o fizessem.
Portugal já não suportava os ciganos e para se verem livres,os mandaram para o Brasil.
O 1º cigano que chegou ao Brasil era do grupo Calon,em 1574, e se chamava João Torres.
Veio como degredado com mulher e filhos.
Em 1808 foi contratado como músico pela Família Real Portuguesa.

Na época do Nazismo, foram mortos mais ciganos do que judeus (600.000 ciganos foram mortos e esterilizados), seus bens foram confiscados.
Sobreviveram algumas dezenas de ciganos.
Afirma-se que hoje há cerca de 150.000 ciganos espalhados por todo o Brasil, nômades ou sedentários, isto sem falar naqueles que negam a sua ciganidade.
Os ciganos se dividem em grupos: 1 - Rom, Manouche ou Sinti; Calons.
O Rom se divide no subgrupo que são os Kalderash, Lovara, Tchurara.
O Manouche ou Sinti (Sinti - franceses, Manouche - franceses), Sinti alemães ou Manouche falam o dialeto Sintó, Sinti italianos, Sinti pressuianos da Prússia.
Os Calons em catalães e Andaluzes falam a língua Kaló.
Os Lovara são tratadores de cavalos, comerciantes de tapetes, sedas e veículos motorizados.
Os Tchurara são guerreiros.
Os Kalderash são artesãos de metais
. As tradições são muito fortes no grupo Rom (Kalderash), já que entre os Manouche ou Sinti e os Calé, são muito comuns os casamentos com os não-ciganos.
O grupo Rom (Lovara) são bastantes considerados entre todos os ciganos da Europa, porque possuem uma liderança sábia.
A Família: É uma dos mais importantes fatores da sua cultura, o amor a família está acima de tudo. As crianças recebem amor, carinho e liberdade. Tem o papel de levar adiante a existência do grupo.
Os homens assumem a chefia do grupo. As mulheres são reservadoras dos laços culturais e muito respeitadas como mães.
Os velhos são guardiões e transmissores da cultura cigana a qual se devem respeitar, pois são conhecedores das tradições ciganas.
É o maior tesouro do cigano, ao contrário da cultura dos gadje onde o velho não serve para nada porque não contribuem economicamente.
As mesmas famílias se juntam com o mesmo interesse são chamadas de Kumpania.
Dos 10.000.000 de ciganos no mundo, somente uns 2.000.000 são nômades.
Os ciganos tem suas leis morais muito rígidas:
Há panos que separam a cama dos casais,os jovens se casam cedo, não existe poligamia nem adultério.
Os laços tribais são tão fortes que eles se tratam entre si por parentes, primos e tios.
Um cigano mentir a outro cigano é falta bastante condenável.
Os cargos de chefia de tribo não são hereditários são adquiridos pela sua competência, prestígio e idade.
Cargos importantes da tribo:
Kaku ou Kakum: Homens escolhidos e marcados.
São os chamados feiticeiros da tribo.
A Phuri-day:(Mãe da tribo) É consultada antes de qualquer decisão tomada pela tribo, orienta em assuntos práticos e lidera os rituais ciganos.
A Bibi: (Tia) Atua mais em questões relativa às mulheres e às crianças.
O cigano só terá verdadeira importância para a tribo quando se casar e tiver filhos.
O Nascimento: A mulher estéril é considerada inútil.
É um fato que desagrada muito o cigano.
O nascimento de uma criança é muito importante para a tribo, quanto mais filhos tiver mais torna a tribo poderosa, já que os filhos servirão de defesa dos pais e amparo as mulheres.
A criança não deve nascer dentro da tenda.
Se isto acontecer todos os objetos que tiveram contato com ele, ficará fora de uso, pois ela está marimé ou merimé.
A mulher grávida não poderá ver pessoas defeituosas, ouvir conversas sobre morte, cemitério, violência etc.
Só depois do 6º mês é que poderá armar a cama do ciganinho e arrumar as suas coisas, pois antes tráz azar.
Quando a criança nasce a Phuri-day prepara o alimento para a Fada do Destino que virá ver a criança.
Quando nasce a criança, o seu primeiro banho é dado numa bacia de cobre, e dentro é colocado vinho com água de rio, flores brancas, moedas de ouro e jóias - isto é para dar riqueza e sorte para a criança.

O cigano a princípio tem 3 nomes:
- O nome secreto só de conhecimento da mãe.
- O nome de batismo que só é do conhecimento da tribo.
- O nome de batismo católico que é conhecido dos gadje.
Costumam dar para batizar os gadje, para ricos comerciantes,influentes; no sentido de obterem dinheiro, favores, aceitação e proteção na sociedade dos gadjes.
Casamento
É ponto de honra entre os ciganos, tanto que os solteiros tem uma posição menos privilegiada. Os ciganos não aceitam poligamia, se o casamento não der certo pode ser desfeito, e tanto o homem quanto a mulher poderão se casar outras vezes, e o dote (daró) será dividido.
O pedido de casamento era feito em volta da fogueira, lá se resolviam os dotes e tudo mais.
É bom casar pessoas do mesmo grupo, ou da mesma tribo, porque este se fortalecia muito mais.
Uma cigana só não pode casar por 3 motivos:
- Quando o Pai tem uma filha mais velha para casar.
- Quando tem uma filha que arca com o sustento do grupo.
- Quando há incompatibilidade entre as duas famílias.
Não aceitar o casamento por outros motivos que não seja os acima citados, é ferir o código de honra dos ciganos, e isto trás brigas entre as famílias.
O noivado durará no máximo 4 meses, e com pouca intimidade.
Enquanto se prepara o casamento, a família do noivo conseguirá mais dinheiro para custear a festa que durará de 3 a 5 dias.
Se chama abiéu.
O dote, o traje de casamento e o enxoval será custeado pelo pai do noivo.
Antigamente quem presidia o casamento era o chefe da tribo,hoje é o pai do noivo, e será ele ou o padrinho de casamento que pegará um pedaço de pão e misturará ao sal, repartirará o pão e dará aos noivos dizendo:
“Cana burri tiça olondi, au murrô cadé vurri tinrromê”, que quer dizer:
“Quando o pão e o sal perderem o sabor, vocês não terão mais amor um pelo outro.”
No outro pedaço será feito a mesma coisa, só acrescentando uma moeda de ouro para simbolizar riqueza e sorte.
Em algumas tribos os parentes da noiva carregam durante a cerimônia, um lenço vermelho que simboliza a pureza da noiva, quando for comprovada a virgindade, este mesmo lenço será usado na sua cabeça (diklô).
Em outras tribos são feitos os laços de sangue.
Após o casamento são depositados no Darrô, jóias, dinheiro, presentes para os noivos.
Alguns ciganos dizem que a prova da lacha (virgindade) é usada como uma forma de preservar as tradições ciganas, outros afirmam que este ritual é muito importante.
Caso não haja uma comprovação da lacha, o noivo é quem decide se fica ou não com a noiva.
A sogra lhe mostrará a nova roupa e lhe colocará o lenço, e ela passará a morar com os sogros até o nascimento do 1º filho.

Morte é um assunto sagrado.
Os mortos para os ciganos continuam vivos, estão investidos de todo o poder para vir ajudá-los em todas as circunstâncias.
As pessoas morrem para velar pelos seus que ficaram na terra.
Por isto é um morto-vivo (mulô).
Se sabe pouco sobre o tema morte entre os ciganos e eles tem muito respeito em falar de morto, porque falar de morto é traí-lo e pode provocá-lo através do Bibakt, que é um castigo para o cigano.
Os ciganos acham que os antepassados, estejam aonde estiverem, sempre protegem a tribo e suas tradições.
Se houver falecimento dentro da tchêra, tudo deverá ser queimado, menos fotografias e dinheiro, tudo que ele ama deverá ser enterrado com ele, suas roupas, chapéus e objetos que estimava muito.
Romana Ritual feito ao morto, pode variar de tribo para tribo, mas geralmente é feito com 1 mês de falecimento.
Ao completar 6 meses de falecimento e no aniversário do seu falecimento, é feito um Phuri-day. Preparam-se as comidas que o falecido mais gostava em vida e todos os parentes se sentam à mesa.
Sobre a cadeira do morto, os seus pertences, que não foram enterrados junto com ele.
Ao término do jantar os pertences e mais a comida serão jogados no rio.
Quando o morto é criança, o luto é mais prolongado.
Os homens não fazem mais barba e as mulheres andam de luto a vida inteira.
No caixão são colocadas moedas de ouro para pagar a travessia da morte.

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